02
jun
2015

O restaurante El Celler de Can Roca, de Girona (Espanha), conquistou pela segunda vez o primeiro lugar na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo da revista britânica “Restaurant”. A casa esteve no topo do ranking em 2013 e em segundo lugar em 2014 (atrás do dinamarquês Noma).

O restaurante é administrado pelos irmãos Joan, Josep, e Jordi Roca. Joan é o chef, Josep, responsável pelos vinhos e pelo salão, e Jordi, pelas sobremesas.

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A cerimônia foi realizada nesta segunda-feira (1º), em Londres. O top 3 contou com as mesmas casas do ano passado: o italiano Osteria Francescana, de Massimo Bottura, foi o vice-campeão; o Noma, do chef René Redzepi, de Copenhague (Dinamarca), vencedor em 2014, caiu para o terceiro lugar.

A lista contou com apenas dois brasileiros: os paulistanos D.O.M., de Alex Atala, e Maní, de Helena Rizzo e Daniel Redondo. O D.O.M. caiu do sétimo para o nono lugar e ainda perdeu o posto de melhor casa sul-americana para o peruano Central -vencedor da lista regional da América Latina no ano passado. O Maní também caiu cinco posições e ficou no 41º lugar.

Com uma cozinha espanhola moderna, que dá preferência a ingredientes catalães, o El Celler de Can Roca aposta na combinação de técnicas e em um certo humor na apresentação dos pratos. Para Joan Roca, as principais preocupações do restaurante são o atendimento aos clientes, a evolução tecnológica e a expressão emocional do trabalho dos três nos pratos.

Entre as criações da casa estão sanduíche de pele crocante de porco ibérico e melão; cigala (cavaquinha da Noruega) cozida no vapor; e ostras com cava Agustí Torelló, compota de maçã, gengibre, abacaxi, limão confit e especiarias. Em 1995, o El Celler de Can Roca recebeu a primeira estrela Michelin. Em 2002, veio a segunda e, em 2009, a terceira.

O restaurante foi fundado em 1986, por Joan e Josep. Ficava ao lado do Can Roca, bar e restaurante modesto dos pais dos irmãos catalães. O primeiro prato servido no El Celler foi a merluza com vinagrete de alho e “romero”, fruto usado na culinária vasca. Em 1995, o estabelecimento se mudou para um espaço maior. Um ano depois, o caçula Jordi entrou no restaurante, também na cozinha, para cuidar das sobremesas.

Os irmãos dizem que criaram um sistema de “democracia invertida” para evitar que brigas entre eles afetem o sucesso do restaurante. “Se há uma diferença de opinião e ficamos em dois contra um, a minoria vence”, afirmou Joan ao jornal britânico “The Independent”.

A PREMIAÇÃO

A lista de 50 melhores restaurantes do mundo é publicada, desde 2002, pela revista britânica especializada “Restaurant”.

Seis casas já lideraram o ranking: o primeiro vencedor foi o El Bulli, de Ferran Adrià, na Catalunha (Espanha); nos dois anos seguintes (2003 e 2004), o americano The French Laundry, do chef Thomas Keller, na Califórnia, levou o prêmio. Em 2005, a liderança voltou para a Europa, por meio do The Fat Duck, de Heston Blumenthal, em Bray (Inglaterra). O El Bulli dominou a premiação entre 2006 e 2009, perdendo a liderança, em 2010, para o Noma, de Copenhague (Dinamarca). A casa de René Redzepi foi superada, em 2013, pelo El Celler de Can Roca, de Girona (Espanha) e voltou ao topo do ranking em 2014.

Os escolhidos são indicados por um júri formado por 1.000 pessoas, entre críticos, chefs, restaurateurs e “foodies” –ao menos um terço do corpo de jurados deve ser renovado a cada ano.

Os jurados indicam sete restaurantes, por ordem de preferência. Ao menos três dos locais têm de estar fora da região do jurado, que precisa ter comido, nos últimos 18 meses, em todos os restaurantes que indicou.

Qualquer casa do mundo pode ser indicada –desde que tenha ficado aberta durante o período de votação e não planeje fechar as portas nas semanas seguintes à divulgação do ranking.

Além da lista –que engloba 100 restaurantes–, a “Restaurant” premia o conjunto da obra de um chef, a melhor chef mulher e o melhor chef de sobremesas do mundo, um restaurante promissor, um que represente a escolha dos chefs e o restaurante mais sustentável da lista.

O ranking também serve de base para destacar as melhores casas de cada continente, o restaurante novo na lista mais bem colocado e o que galgou mais posições.

Folha de São Paulo

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