28
out
2013

MADRI – O governo espanhol disse nesta segunda-feira ao embaixador americano James Costos que o clima de confiança entre os dois países pode ser rompido se as denúncias de que os Estados Unidos espionaram aliados forem comprovadas. Às acusações lançadas na semana passada de que governo e cidadãos espanhóis foram vigiados pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) somou-se hoje uma nova denúncia: segundo o jornal “El Mundo”, 60,5 milhões de ligações telefônicas, e-mails e SMS na Espanha foram monitoradas em apenas um mês.

O encontro de Costos na Chancelaria espanhola já estava marcado, mas a nova denúncia adicionou um ingrediente novo. A declaração mais forte veio do chanceler José Manuel García-Margallo, que, em viagem à Polônia, afirmou que o clima de confiança pode ser rompido.

– Pedimos ao embaixador que facilite ao governo a informação necessária sobre o assunto – disse Margallo.

Em Madri, coube a Iñigo Méndez de Vigo, secretário de Estado para a União Europeia e número dois da Chancelaria, transmitir a Costos as preocupações para que haja “um equilíbrio entre a segurança e a defesa da privacidade nas comunicações”.

Mas os jornais espanhóis classificaram a reação espanhola como suave. Após 41 minutos de encontro com Vigo, Costos deixou a Chancelaria em silêncio e sorridente.

Monitoramento entre dezembro e janeiro

O governo da Espanha afirmou que não estava ciente de que seus cidadãos tinham sido espionados pela NSA, que também foi acusada de acessar dezenas de milhares de registros telefônicos na França e de monitorar o telefone da chanceler alemã, Angela Merkel.

De acordo com a reportagem assinada pelo jornalista Glenn Greenwald, quem revelou o esquema de espionagem americano, a NSA vigiou chamadas telefônicas entre 10 de dezembro e 8 de janeiro.

O monitoramento, segundo o diário, não incluía o conteúdo, mas o número de série dos aparelhos, o local da ligação, o número do telefone e a duração das chamadas. A agência espionava também informações pessoais por meio da internet, e-mail e redes sociais como Facebook e Twitter.

O Globo

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