09
ago
2013

A ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor, anunciou nesta sexta-feira ao Parlamento que o governo fará uma revista em todo o sistema ferroviário do país, a fim de corrigir falhas no serviço. O anúncio é feito pouco mais de duas semanas após um acidente que deixou 79 mortos em Santiago de Compostela.

O descarrilamento do trem, que entrou em uma curva com o dobro da velocidade permitida, foi atribuído a erro humano. Mas o acidente também levantou questionamentos sobre os sistemas de segurança e sinalização da rede ferroviária de alta velocidade.

Em uma comissão parlamentar, Pastor disse que havia contratado auditores para rever o limite máximo de velocidade em cada trecho da malha ferroviária da Espanha, para impedir que tal tragédia ocorra novamente. Os sistemas e protocolos também serão revisados.

Ela ainda anunciou que está em estudo a melhoria da sinalização e a introdução de comunicação sem o uso das mãos entre os maquinistas e o centro de controle. As medidas tentam corrigir duas falhas que, segundo as investigações, contribuíram para o descarrilamento.

A polícia afirma que Francisco Garzón, 52, usava um celular da Renfe, companhia ferroviária espanhola, para falar com o inspetor de bilhetes que estava no terceiro vagão do trem. Garzón foi acusado de homicídio culposo e aguarda o julgamento em liberdade.

Outro ponto sinalizado pelos agentes é a falta de sinalização sobre a redução de velocidade na curva A Grandeira, onde ocorreu o acidente. Alguns trens de alta velocidade usam também trilhos convencionais, e os condutores devem alternar entre os dois sistemas.

A rede ferroviária da Espanha combina linhas que são exclusivamente de alta velocidade, com mecanismos sofisticados de segurança, e linhas convencionais, como no local do acidente em Santiago, com sinais de frenagem automática menos rigorosos.

A Espanha tem investido € 45 bilhões (R$ 135 bilhões) ao longo de mais de 20 anos na construção da segunda maior rede de trens de alta velocidade do mundo, que continuou a se expandir, apesar de estagnação econômica e do alto déficit orçamentário.

Fonte: Folha de São Paulo

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