MADRI — A escritora Ana María Matute, ganhadora do prêmio Cervantes de 2010, morreu em casa nesta quarta-feira, em Barcelona. Ela completaria 89 anos no próximo mês.
Nascida na capital da província espanhola da Catalunha, em 1925, Ana María se destacou em três vertentes literárias: realista, fantástica e infantil. Sua obra foi forjada com um estilo sensível que escondia a complexidade do ser humano. Seu último romance, “Demonios familiares”, inédito, será lançado na Espanha em setembro pela editora Destino.
“Do ponto de vista sociológico, seu papel foi relevante no pós-guerra por sua condição de mulher que venceu no jogo de um mundo machista. No quesito literário, sua importância reside na realidade refletida através das doses de ironia de suas linhas duras e poéticas”, afirma Emili Rosales, editor da Destino.
Terceira mulher a ganhar o prêmio Cervantes, maior honraria literária da língua espanhola, Ana María foi capaz de escrever um realismo permeado de lirismo. Entre seus principais livros, destacam-se “Los Abel” (1948), “Pequeño teatro” (1954), “El río” (1973), “Olvidado Rey Gudú” (1996) e “Primera memoria”, pelo qual recebeu o prêmio Nadal de 1959.