28
out
2014

MADRI — O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu desculpas a toda a população em pronunciamento nesta terça-feira, no Senado, pelos casos de corrupção que afetam o Partido Popular (PP). Nesta segunda, vários membros do partido foram detidos em uma megaoperação motivada por acusações de cobranças de propinas, e o ex-secretário-geral do partido, Francisco Granados, testemunhou em um tribunal a respeito das acusações de caixa dois que assolam o PP.

— Em nome do PP peço desculpas a todos os espanhóis por ter confiado cargos de responsabilidade a pessoas que não eram dignas deles — afirmou Rajoy, que disse compartilhar da indignação dos cidadãos com o acúmulo de casos de corrupção. — Não cabe a mim apenas condenar essas práticas, mas também atuar para evitá-las.

O líder do PP pediu aos espanhóis que confiem no Estado de Direito, e afirmou que os novos casos de corrupção foram desvendados porque a Justiça e as instituições “funcionam”. Rajoy afirmou ainda que o governo pode aprovar, somente com os votos do PP, as medidas anticorrupção que negocia com a oposição.

— Se conseguirmos um acordo com a oposição, melhor. Mas mesmo sem ele, aprovaremos estas medidas com os votos do PP — afirmou.

O partido se viu no centro de um novo caso de corrupção nesta segunda-feira, quando foi revelado um esquema de pagamentos de propinas nos serviços e obras públicas nos municípios e governos regionais. A “Operação Púnica” prendeu 51 pessoas, entre elas prefeitos, dirigentes locais e regionais, e funcionários públicos. A maioria deles dos detidos é do PP, entre eles, Granados, um dos principais nomes do governo regional de Madri durante o mandato de Esperanza Aguirre.

O presidente enfatizou que nas investigações da operação não há casos de financiamento irregular, mas sim “ganância pessoal por parte dos envolvidos, e não das organizações políticas que representam”.

— Esses comportamentos estendem uma suspeita generalizada, mas essa mancha suja injustamente a imagem e a reputação de membros do partido — afirmou Rajoy, que acrescentou que membros do PP detidos durante a operação serão expulsos do partido.

O Globo

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