24
nov
2014

A juventude espanhola está entre as mais pessimistas da Europa sobre seu futuro profissional, acredita que viverá pior do que seus pais e mais da metade planeja se mudar para outros países em busca de trabalho. Este é, de forma geral, o diagnóstico resultante da macropesquisa realizada pelo Instituto para a Sociedade e as Comunicações da Vodafone em seis dos países mais importantes da Europa (Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda, República Tcheca e Espanha) com mais de 6.000 entrevistas com jovens entre 18 e 30 anos.

Os jovens espanhóis, com os italianos, são os que menos confiança têm em seu país na hora de procurar um trabalho. Três em cada quatro consideram que há melhores oportunidades profissionais no exterior (especialmente na Europa) e 58% planeja sair da Espanha em busca de uma ocupação. O número contrasta com o da Alemanha, na qual apenas 21% dos jovens escolheriam mudar-se para o exterior para trabalhar. A atitude favorável em relação à emigração não corresponde à situação atual, na qual apenas um de cada quatro jovens espanhóis manifesta ter vivido em outro país.

O estudo também demonstra que os holandeses (71%) e os alemães (66%) são os mais otimistas sobre seu futuro, enquanto os italianos (41%) e os espanhóis são os mais pessimistas (49%), o que está de acordo com a situação econômica de cada país. Os resultados pioram notavelmente quando se pergunta aos pesquisados se esperam ter uma vida melhor do que a geração de seus pais. Nesse caso, apenas 29% dos espanhóis se pronuncia afirmativamente, diante de 43% dos alemães.

O padrão estatístico se repete quando se questiona sobre a confiança que os jovens têm em encontrar um emprego de acordo com sua capacitação. Apenas 40% dos pesquisados espanhóis se vê capaz de empregar-se em sua área de formação, frente a 66% dos alemães e 59% dos britânicos.

Na situação profissional atual dos jovens, as diferenças são também muito consideráveis. Enquanto na Alemanha, Reino Unido e República Tcheca entre 38% e 44% dos funcionários trabalham em período integral, no caso da Espanha e Itália é a metade (20% e 18%, respectivamente). Em relação aos motivos de escolha do trabalho, o interesse por fazê-lo na área escolhida por vocação é a razão mais comum em todos os Estados, mas a Espanha é o único país em que “evitar o desemprego” é um motivo mais forte para aceitar um emprego do que o salário pago por ele.

A precariedade e o desemprego também podem ser vistos na permanência na escola que aumentou notavelmente na Espanha e na Itália para compensar a falta de oportunidades de emprego. Apesar de 58% dos jovens espanhóis acreditarem que a formação recebida é suficiente para desempenhar um trabalho, 65% dos entrevistados entre 18 e 30 anos continuam estudando, proporção que é de 48% entre as pessoas acima de 27 anos.

O estudo promovido pela Vodafone não avalia apenas o futuro social e trabalhista da juventude europeia, mas também o localiza dentro de uma Europa digitalizada. Na verdade, os resultados da pesquisa serão analisados no fórum Digitising Europe, que será realizado em Berlim no início de dezembro, e que contará com a presença de Angela Merkel, chanceler alemã, assim como dos máximos representantes das principais empresas de tecnologia da informação que operam na Europa (Intel, Ericsson, Huawei, IBM…), e de universidades europeias.

El Pais

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